domingo, 28 de agosto de 2011

UM CANTO ...

Um canto em quatro cantos repartido:
o sonoro brado, a branda avena,
o rogo amargurado e corroído
e a vertical canção do sem-sentido.

Luís, mais perto desta a tua pena
está no parado e rápido ruído
que nos enche o papel e nos ordena
a palavra que verte, mira, acena

- e mais se me desmente o já poído
verbo no tenso engano em que me lido,
e ele me vence, em que fugaz arena!

Só nesta luta rasa e tão pequena
me entendes e te vejo na serena,
cega certeza de já ser vencido.


Pedro Tamen

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