Nós, portugueses, somos castos.
Ninguém nos peça o que não somos.
Por isso, em nós, andam, de rastos,
Árvores de oiro com mil pomos.
Em nossos olhos moram lutos.
Os pomos de oiro estão nos ramos.
Às vezes tentam-nos os frutos
(Os pomos de oiro estão nos ramos!)
Nós, portugueses, somos castos.
Ninguém nos peça um rosto alheio.
Árvores de oiro andam, de rastos,
Partidas todas pelo meio.
Pedro Homem de Mello
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