segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Poema

Silenciosamente aproximo-me do poema
circundo-o duma palavra faço nela
uma incisão deliberada

e exponho a ferida ao ar sem protegê-la
para que infecte e frutifique
De resina ainda com gosto a papel húmido
o poema cresce ramifica-se
comovidamente do cerne para a casca
inteiro liso adstringente sinuoso

Mas
todo o Poema é perfeitamente impuro.




AutorVasco da Graça Moura


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