Até quando? Até quando iremos enganados,
A caminho do impossível horizonte,
Com um sinal de cinza sobre e fronte,
Inutilmente sensíveis e alados?
Até quando libaremos pelas taças dos mundos
Toda a maré de horror dum subterrâneo mar;
E entornaremos flores no cadáver do luar,
Cadenciados e juncundos?
Até quando teremos, como prémio, o castigo
Dos loiros triunfais, do ceptro de comando,
Num país que não vemos? Até quando? Até quando?
- Mas a esfinge é divina e o segredo é consigo.
António Manuel Couto Viana (1923/2010)
Sem comentários:
Enviar um comentário