quarta-feira, 31 de agosto de 2011

PABLO NERUDA



Nixon, Frei e Pinochet
até hoje, até este amargo
mês de Setembro
do ano de 1973
com Bordaberry, Garrastazu e Banzer
hienas vorazes
da nossa história, roedores
de bandeiras conquistadas
ao preço de tanto sangue
de tanto fogo
atascados nos seus latifúndios
depredadores infernais
sátrapas mil vezes vendidos
mil vezes vendilhões, por conta
dos lobos de New York.
Máquinas esfomeadas de dólares,
manchados pelo sacrifício
dos seus novos martirizados,
negociantes prostituídos
do ar e do pão latino-americano
fossas fedorentas, carrascos, matilha
de caciques patibulares
sem mais lei do que a tortura
e a fome do povo sob o chicote.


(último poema 1973)

1 comentário:

  1. A Poesia é para mim a amálgama da vida que rege o meu dia a dia, ora para melhor, ora para pior, como em todas as situações das nossas vivências!
    Enfrentamo-las, procuramos vencer, somos derrotados, enfim, desejamos saber quem somos, de onde vimos, e para onde vamos! É sempre a eterna e mítica razão da nossa existência.
    E, nesta minha procura temporal, privilegiei no mês de Agosto, no meu blogue, dando prioridade a alguns poemas e autores que há muito povoam a minha mente e que estão por vezes, tão esquecidos, mas serão sempre o retorno da memória de quem os ama.
    Espero que tenha correspondido a algumas expectativas, mas se não, não importa, são as minhas que vos apresento com todo o calor humano que imana do mais íntimo do meu ser. Bem Hajam

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