sexta-feira, 22 de abril de 2011

Os dóceis animais

  Com os juncos 

  Elas crescem, as crianças. 
  Crescem com os juncos,
  com os mastros.
  Crescem no meu coração esburacado.
  Só as crianças não morrem.
  E os gatos.



                                                        



  Despedida 

  Junho chegara ao fim, a magoada
  luz dos jacanrandás, que me pousava
  nos ombros, era agora o que tinha
  para repartir contigo,
  e um coração desmantelado
  que só aos gatos servirá de abrigo.





Autor : Eugénio de Andrade

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