domingo, 17 de abril de 2011

Já Bocage não sou ...

  Já Bocage não sou!... À cova escura 
  Meu estro vai parar desfeito em vento ... 
  Eu aos Céus ultrajei! O meu tormento 
  Leve me torne sempre a terra dura. 

  Conheço agora já quão vã figura 
  Em prosa e verso fez meu louco intento. 
  Musa... Tivera algum merecimento, 
  Se um raio de razão seguisse pura! 

  Eu me arrependo; a língua quase fria 
  Brade em alto pregão à mocidade, 
  Que atrás do som fantástico corria: 

  Outro Aretino fui... A santidade 
  Manchei!... Oh! se me creste, gente impia 
  Rasga meus versos, crê na eternidade! 


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