domingo, 3 de julho de 2011

De Os Sonetos de Orfeu








Apressados que somos!
Mas a marcha do tempo
é como simples sopro
dentro do permanente.

O que depressa corre
em breve é já passado:
só no que se demora
somos iniciados.

Juventude não turves
teu coração no ímpeto
nem no sonho do voo.

O claro e o escuro,
a flor tal como o livro:
tudo exige repouso.


Rainer Maria Rilke

1 comentário:

  1. Comentário recebido por e-mail

    Após nos deliciares ao longo de sete cartas, com o dizer sobre conceitos, duma forma profunda e bela, numa aliança entre arte e sensibilidade, brindas-nos ainda, com um poema do mesmo autor, sobre um tema tão importante e real como esquecido.
    Apetece-me estender um reparo a todos os homens, que impondo cegamente a sua vontade, esquecem, alertar a efemeridade, para um ser-se feliz, pressupondo luta sim, mas pela verdade limpa e pura, qual água cristalina jorrante na nascente.

    O efémero, como a maior verdade…
    Porquê a recusa ou esquecimento em aceitá-lo?

    Valerá a pena tanta luta por poder?…
    Valerá a pena desrespeitar, pisar, matar,
    impor e contrariar vontades,
    usar a força, suprimir liberdades?

    Todos os momentos se esvaem.
    Deslizante destino incontornável!

    Nada restará…
    TUDO, esquecido, há-de um dia “repousar”
    no escuro rastear do passado…

    Jesus Varela

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