Apressados que somos!
Mas a marcha do tempo
é como simples sopro
dentro do permanente.
O que depressa corre
em breve é já passado:
só no que se demora
somos iniciados.
Juventude não turves
teu coração no ímpeto
nem no sonho do voo.
O claro e o escuro,
a flor tal como o livro:
tudo exige repouso.
Rainer Maria Rilke
Comentário recebido por e-mail
ResponderEliminarApós nos deliciares ao longo de sete cartas, com o dizer sobre conceitos, duma forma profunda e bela, numa aliança entre arte e sensibilidade, brindas-nos ainda, com um poema do mesmo autor, sobre um tema tão importante e real como esquecido.
Apetece-me estender um reparo a todos os homens, que impondo cegamente a sua vontade, esquecem, alertar a efemeridade, para um ser-se feliz, pressupondo luta sim, mas pela verdade limpa e pura, qual água cristalina jorrante na nascente.
O efémero, como a maior verdade…
Porquê a recusa ou esquecimento em aceitá-lo?
Valerá a pena tanta luta por poder?…
Valerá a pena desrespeitar, pisar, matar,
impor e contrariar vontades,
usar a força, suprimir liberdades?
Todos os momentos se esvaem.
Deslizante destino incontornável!
Nada restará…
TUDO, esquecido, há-de um dia “repousar”
no escuro rastear do passado…
Jesus Varela