Selecções da “Gazeta do Sul” - Ano de 1955
“ O que de melhor se publicou em 25 anos”
(II volume)
Quando eu morrer, abram-me o peito,
e desta jaula , onde houve um leão,
tirem – o cárcere era estreito –
Meu velho e altivo coração.
Depois, sem dó e sem respeito,
sem um murmúrio de oração,
lancem-o assim – vai satisfeito ! -
à vala obscura, à podridão!
Para que morra e se desfaça
no lodo amargo da desgraça
por quem bateu continuamente,
como um tambor que, entre a metralha,
estoira, no fim duma batalha,
rouco, furioso, ansioso, ardente …
Publicado em 1951 – Ano XXI – nº 1056, (ortografia conforme o original).
Sem comentários:
Enviar um comentário