já não necessito de ti
tenho a companhia nocturna dos animais e a peste
tenho o grão doente das cidades erguidas no princípio doutras
galáxias, e o remorso
um dia pressenti a músca estelar das pedras, abandonei-me ao
silêncio
é lentíssimo este amor progredindo com o bater do coração
não, não preciso mais de mim
possuo a doença dos espaços incomensuráveis
e os secretos poços dos nómadas
ascendo ao conhecimento pleno do meu deserto
deixei de estar disponível, perdoa-me
se cultivo regularmente a saudade do meu próprio corpo
Al Berto
Al Berto! Em épocas recuadas sentámo-nos nos mesmos bancos escolares. É uma esfumada imagem do passado! Com nítidez sobressaem as palavras que na sua poesia, nos ficaram para sempre, tão próprias e tão únicas…
ResponderEliminarPara ti e saudando a riqueza deste cantinho que em boa hora resolveste cultivar, vou deixar um pequeno escrito que agora mesmo me surgiu:
ENTRE CRENÇA E CEPTICISMO
Amo-me e derramo-me, neste amar desordenado,
crendo que no fundo do lago, a transparência
ainda me mostra, manhãs e madrugadas por abrir…
Mas sentindo o lodo toldar a nitidez,com que te miro, ó fundo!
Balanço na incerteza
e desgosto a pobreza dos grandes espaços,
tão vazios de sentimentos…
Jesus Varela